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1 em cada 3 pacientes com câncer tem sintomas meses antes de diagnóstico

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Créditos: depositphotos.com / ArturVerkhovetskiy

Um estudo recente publicado no Canadian Medical Association Journal lança luz sobre o acesso ao atendimento emergencial por pacientes antes do diagnóstico de câncer em Ontário, Canadá. A pesquisa, que abrangeu dados de mais de 650 mil pessoas diagnosticadas entre 2014 e 2021, identificou que 35% dos pacientes visitaram salas de emergência nos 90 dias anteriores ao diagnóstico.

A análise destacou que, dos que buscaram atendimento de emergência, uma significativa parcela necessitou de internações. A principal preocupação dos autores do estudo é o impacto desse tipo de atendimento no manejo adequado do diagnóstico de câncer, ressaltando a limitação dos pronto-socorros em oferecer um acompanhamento contínuo necessário para tais casos.

O que leva os pacientes ao serviço de emergência?

  • Dificuldades em obter diagnóstico precoce: muitos pacientes com câncer podem apresentar sintomas inespecíficos que dificultam o diagnóstico precoce, levando-os a buscar atendimento em serviços de emergência.
  • Falta de acesso a cuidados primários: a ausência de um médico de família ou a dificuldade em agendar consultas pode levar pacientes com sintomas persistentes a procurar atendimento emergencial.
  • Barreiras socioeconômicas: pacientes de grupos socioeconômicos mais vulneráveis podem enfrentar maiores dificuldades para acessar serviços de saúde, incluindo o atendimento de emergência.
  • Necessidade de educação em saúde: muitos pacientes podem não estar cientes dos sinais e sintomas de alerta do câncer, o que pode atrasar a busca por atendimento médico.
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1 em cada 3 pacientes com câncer tem sintomas meses antes de diagnóstico | Créditos: depositphotos.com / ArturVerkhovetskiy

Quais são os grupos mais propensos a procurar serviços de emergência?

O estudo revelou que alguns grupos de pacientes têm uma maior tendência a buscar atendimento emergencial antes do diagnóstico de câncer. Idosos, pessoas vivendo em áreas rurais, comunidades marginalizadas, pacientes com múltiplas condições médicas e aqueles diagnosticados durante a pandemia de Covid-19 compõem os grupos de maior prevalência nesse comportamento.

Nota-se que imigrantes recentes, com menos de cinco anos no país, são menos propensos a utilizar o pronto-socorro antes de obter um diagnóstico. Este dado levanta questões sobre desigualdades de acesso e barreiras culturais e linguísticas ao atendimento.

Por que esse estudo é importante?

  • Identificar lacunas no sistema: ao analisar os dados, os pesquisadores podem identificar falhas no sistema de saúde que podem estar levando pacientes com câncer a buscar atendimento emergencial.
  • Melhorar a qualidade do cuidado: com base nos resultados, é possível propor estratégias para melhorar o acesso a cuidados primários e especializados, reduzindo a necessidade de atendimento de emergência para esses pacientes.
  • Otimizar recursos: ao entender melhor o perfil desses pacientes, os hospitais podem alocar recursos de forma mais eficiente, garantindo um atendimento mais adequado e oportuno.

Desafios e recomendações para o sistema de saúde

Os especialistas envolvidos no estudo chamam a atenção para a necessidade urgente de revisão nas estratégias de diagnóstico de câncer e acesso a exames fora do contexto de emergência. Atualmente, o pronto-socorro é visto como uma solução imediata e cara, que frequentemente resulta em sobrecarga hospitalar. Investir em cuidados ambulatoriais, segundo os pesquisadores, pode não apenas melhorar a qualidade do atendimento, mas também garantir um acesso mais equitativo e eficiente ao diagnóstico precoce.

O estudo destaca a relevância de iniciar novos levantamentos para compreender as razões que levam determinados grupos a depender do pronto-socorro para resolução de sintomas suspeitos de câncer. Essa compreensão é crucial para o desenvolvimento de políticas que garantam tanto a eficiência do sistema de saúde quanto o bem-estar e prognóstico dos pacientes.

Entender como os pacientes interagem com o sistema de saúde antes de um diagnóstico de câncer é vital para otimizar os recursos e oferecer um tratamento mais humanizado. O estudo em Ontário proporciona informações valiosas que esperam influenciar melhorias no manejo e acesso a exames diagnósticos, reduzindo a dependência do atendimento emergencial e potencializando o prognóstico dos pacientes oncológicos.

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