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Câncer de colo de útero: papanicolau pode dar lugar ao teste de DNA!

Reprodução: Freepik
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O Brasil dá um passo importante na prevenção do câncer de colo de útero. O exame de Papanicolau, referência por décadas, pode ser substituído pelo teste de DNA para detecção do HPV no SUS. Este novo teste, anunciado em março e baseado em pesquisa da Unicamp, visa aprimorar a detecção precoce da doença. Ao identificar a presença do vírus HPV, causador do câncer, em estágio inicial, o novo teste permite um tratamento mais eficaz e aumenta as chances de cura.

Os dados iniciais do estudo realizado pela Unicamp, com apoio da Roche Diagnóstica, mostram resultados promissores, especialmente no aumento da detecção de lesões pré-cancerosas. De 2017 a 2022, a utilização do teste de DNA para HPV possibilitou uma antecipação considerável do diagnóstico e uma identificação de casos de câncer em estágios mais iniciais.

Como o teste de DNA para HPV impacta o rastreamento do câncer de colo de útero?

A tecnologia do teste de DNA para HPV resulta em detecção mais precoce e eficiente de lesões pré-cancerosas em comparação com o papanicolau. A pesquisa realizada em Indaiatuba demonstrou que 83% dos casos de câncer detectados estavam em estágio inicial, o que aumenta significativamente as chances de sucesso no tratamento.

Além disso, ao contrário do papanicolau, que tende a identificar alterações celulares somente quando elas já ocorrem, o teste de DNA detecta a presença do vírus HPV mais precocemente. Isso dá aos profissionais de saúde a oportunidade de realizar um acompanhamento mais direcionado e preventivo.

O estudo liderado pelo Hospital da Mulher da Unicamp destaca que o teste de DNA, além de ser mais preciso, é também custo-efetivo. Embora inicialmente mais caro, ele reduz custos a longo prazo ao minimizar a necessidade de tratamentos complexos para estágios avançados do câncer.

Câncer de colo de útero: Papanicolau pode dar lugar ao teste de DNA! | Reprodução: Freepik

E a vacinação contra o HPV?

A integração do teste de DNA ao rastreamento coincide com o avanço na vacinação contra o HPV. Com a chegada das mulheres vacinadas à idade de rastreamento, espera-se uma redução nos casos de infecção por HPV. Isso, por sua vez, diminuirá ainda mais a incidência de lesões pré-cancerosas, reforçando a eficácia do novo método de detecção.

Com a evolução do cenário nacional, o teste de DNA se tornará essencial para o monitoramento da população, especialmente para aqueles que foram vacinados em idade escolar, contribuindo para um possível futuro sem câncer de colo de útero no Brasil.

Nos últimos tempos, algumas novidades têm surgido para tornar essa vacina ainda mais acessível e eficaz.

Principais novidades:

  • Esquema de dose única: Uma das principais mudanças é a adoção do esquema de vacinação em dose única, substituindo o antigo modelo de duas ou três doses. Essa nova estratégia, baseada em estudos científicos, visa aumentar a cobertura vacinal e facilitar a aplicação da vacina.
  • Ampliação do público-alvo: O público-alvo da vacina contra HPV tem sido ampliado gradualmente. Além de adolescentes, a vacinação está sendo recomendada para outros grupos, como homens que fazem sexo com homens, pessoas imunocomprometidas e usuários de PrEP (Profilaxia Pré-Exposição ao HIV).
  • Novas formulações: A pesquisa científica continua avançando, e novas formulações da vacina estão sendo desenvolvidas, com o objetivo de ampliar a proteção contra mais tipos de HPV e aumentar a durabilidade da imunidade.

Como será a implementação do novo exame?

A mudança para o teste de DNA no SUS está alinhada com diretrizes propostas pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec). A coleta de amostras continuará semelhante ao atual exame papanicolau, com a diferença de que a análise será focada no DNA do vírus HPV, oferecendo uma precisão melhorada e resultados consistentes.

Espera-se que, com essa nova estratégia, o Brasil possa reduzir significativamente os casos de câncer de colo de útero, seguindo o exemplo de outros países que já incorporaram com sucesso o teste de DNA e registraram uma queda na incidência da doença.

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