O ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, anunciou na última quarta-feira (15) um medicamento, que não teve o nome revelado, em análise contra o novo coronavírus. Conforme apuração do colunista Diogo Schelp, do UOL, a substância é apontada como a nitazoxanida 600 mg, um vermífugo conhecido comercialmente por Annita.
O medicamento recebeu um parecer favorável da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep), órgão do Ministério da Saúde, para ser pesquisado no tratamento contra a Covid-19.
O parecer em questão foi concedido a uma pesquisa do médico Florentino Cardoso, diretor executivo da Hospital Care, uma rede de hospitais pertencente à antiga Bozano (atual Crescera), gestora de “private equity” que até 2018 tinha Paulo Guedes, o atual ministro da Economia, como sócio. O portal tentou falar com o médico, mas não obteve resposta.
Os testes do medicamento em humanos devem durar cerca de 21 dias por cada participante, dos quais sete dias serão de tratamento e o restante de acompanhamento médico. O local onde os testes serão realizados são o hospital Vera Cruz, no interior paulista, e no laboratório Farmoquímica, no Rio de Janeiro, o qual fabrica o Annita.
No anúncio feito por Marcos Pontes, o ministro preferiu não revelar o nome do medicamento para evitar que pessoas comprassem o remédio nas farmácias. Com isso, o ato da automedicação é condenada por especialistas já que os efeitos colaterais para o tratamento da Covid-19 com Annita ainda são desconhecidos.