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Correção do FGTS: O que está em jogo e por que isso importa para você

O tribunal determinou que trabalhadores que não obtêm sucesso nessas ações e não possuem a gratuidade judicial, podem ser responsáveis pelos honorários advocatícios.

Correção do FGTS: O que está em jogo e por que isso importa para você
Créditos: depositphotos.com / AngelaMacario

O Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) é essencial para muitos trabalhadores brasileiros. No entanto, nos últimos anos, a correção dos valores depositados tornou-se um ponto de discórdia. Desde 1999, a Taxa Referencial (TR) tem sido utilizada como índice de correção, o que gerou perdas significativas no poder de compra dos trabalhadores. Muitos buscam, na Justiça, a substituição da TR por índices mais robustos como o INPC ou IPCA, que acompanham melhor a inflação.

Essa busca por justiça econômica encontrou um novo obstáculo: a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). O tribunal determinou que trabalhadores que não obtêm sucesso nessas ações e não possuem a gratuidade judicial, podem ser responsáveis pelos honorários advocatícios. Tal decisão traz um novo cenário de incertezas, onde o custo de uma eventual derrota pode desestimular ações futuras.

Fachada do edifício sede do Supremo Tribunal Federal – STF. Foto: Marcello Casal Jr./ Agência Brasil

Qual é o Custo dos Honorários para os Trabalhadores?

Os honorários advocatícios representam um risco significativo para aqueles que decidem entrar na Justiça sem o benefício da gratuidade judicial. Se o trabalhador perder a ação, ele pode ser obrigado a pagar até 10% do valor da causa. Considerando que alguns processos envolvem valores elevados, essa quantia pode ser substancial, criando uma barreira financeira considerável.

Essa situação se torna ainda mais crítica quando se considera que muitos dos que entram com ações são exatamente os que buscam recuperar perdas financeiras já sofridas. A exigência de pagamento de honorários pode desestimular trabalhadores de baixa e média renda a buscar seus direitos, perpetuando a situação desfavorável.

Qual a Importância da Gratuidade de Justiça?

A gratuidade de justiça é um fator importante no cenário atual. Trabalhadores que se qualificam para este benefício estão isentos de pagar honorários advocatícios em caso de derrota. Para aqueles que não se qualificam, porém, a busca pela correção do FGTS torna-se uma decisão carregada de riscos e considerações financeiras.

Os critérios para a concessão da gratuidade, muitas vezes baseados em renda, podem excluir trabalhadores que, embora não sejam de baixa renda, enfrentam dificuldades para arcar com despesas judiciais significativas. Assim, a decisão do STF pode aumentar a precaução ao buscar por reparações financeiras judiciais.

Quais São os Impactos das Ações Coletivas e o Que Isso Significa?

As ações coletivas para corrigir o FGTS podem ter um impacto expressivo nas finanças públicas. Estima-se que, se bem-sucedidas, poderiam resultar em um custo de aproximadamente R$ 2,5 bilhões para o governo. Este impacto potencial coloca as movimentações judiciais sob intenso escrutínio e reduz o incentivo para novas ações.

Para os trabalhadores, essa situação representa uma difícil escolha entre buscar um ajuste há muito reivindicado e enfrentar riscos financeiros pessoais. Especialistas sugerem que a decisão do STF deverá incentivar um exame cuidadoso dos riscos e benefícios antes de qualquer ação judicial.

Próximos Passos para Aqueles que Consideram Processar

Para os trabalhadores que ainda ponderam entrar com uma ação para a correção do FGTS, o primeiro passo é buscar orientação jurídica. Um advogado especializado pode oferecer uma análise detalhada dos riscos envolvidos e auxiliar na decisão de prosseguir ou não, especialmente considerando a possibilidade de arcar com honorários advocatícios.

Com esta mudança judicial, o FGTS, muitas vezes visto como um recurso seguro, tornou-se objeto de debates complexos. A necessidade de uma política de correção mais justa permanece em debate, enquanto os trabalhadores se ajustam ao novo cenário judicial.

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