Inflação de outubro supera expectativas e registra alta em oito dos nove grupos de consumo
Aumento de 0,56% impulsionado por energia elétrica e alimentos, gera resultado acumulado em 12 meses de 4,76%.
A inflação oficial do Brasil, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), alcançou 0,56% em outubro. O resultado surpreendeu o mercado ao superar a expectativa de 0,53%.
O índice acumulado no ano é de 3,88%, enquanto nos últimos 12 meses chegou a 4,76%. Esse valor está acima dos 4,42% registrados no período anterior e passa o limite da meta de 4,5%. O resultado de outubro reflete uma alta disseminada em oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Entre os grupos que mais contribuíram para a aceleração do índice, destacam-se Habitação, com alta de 1,49%, e Alimentação e Bebidas, que subiu 1,06%. Esses dois grupos sozinhos contribuíram com 0,23% cada para a inflação do mês.
Em Habitação, o principal fator foi o reajuste da energia elétrica residencial, que registrou aumento de 4,74%. Esse aumento foi influenciado pela vigência da bandeira tarifária vermelha patamar 2, que adiciona R$ 7,87 para cada 100 kWh consumidos.
No grupo de Alimentação e Bebidas, o aumento foi impulsionado principalmente pelo encarecimento de alimentos consumidos em domicílio. As carnes tiveram destaque, com aumentos expressivos nos preços do acém (+9,09%), costela (+7,40%), contrafilé (+6,07%) e alcatra (+5,79%).
Outros itens, como tomate (+9,82%) e café moído (+4,01%), também pressionaram o índice para cima. Em contraste, algumas frutas, como manga (-17,97%) e mamão (-17,83%), apresentaram queda significativa de preços.
O grupo de Despesas Pessoais registrou uma alta de 0,70%, sendo o terceiro maior impacto do mês. Serviços relacionados à recreação e despesas com cuidados pessoais apresentaram aceleração, reforçando a pressão sobre o índice.
O grupo de Saúde e Cuidados Pessoais teve alta de 0,38%, refletindo reajustes em planos de saúde, que subiram 0,53% devido às autorizações recentes da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
O único grupo a registrar queda foi o de Transportes, com uma retração de 0,38%. O resultado negativo foi influenciado principalmente pela queda nos preços das passagens aéreas (-11,50%).
Houve também uma redução nas tarifas de trem (-4,80%), metrô (-4,63%) e ônibus urbano (-3,51%), em decorrência das gratuidades concedidas nos dias das eleições municipais. Combustíveis, como álcool etanol (-0,56%) e gasolina (-0,13%), também registraram leve queda.