Um stand no meio da sede social do Palmeiras virou o novo foco de briga entre as duas chapas que concorrem à eleição presidencial do clube. Para que um dos grupos tenha o direito de montar uma barraca para fazer campanha, ficou definido que é obrigatório o pagamento de R$ 50 mil. A questão é que esse valor é mais do que o triplo do que é praticado no mercado.
Um orçamento ao que a coluna teve acesso mostra que a mesma empresa que foi contratada para prestar serviços ao clube cobra R$ 14,4 mil por 30 dias de um stand exatamente idêntico ao montado pela equipe de Leila Pereira.
A reportagem entrou em contato Alcyr Ramos da Silva, presidente do Conselho Deliberativo e um dos principais responsáveis por conduzir o processo eleitoral no clube. Ele é apoiador de Leila Pereira e disse que o valor de R$ 50 mil inclui não só o material e a montagem, mas também o aluguel do espaço e a manutenção dele.
Questionado se esses valores estariam discriminados nos recibos, ele preferiu não comentar. O Palmeiras e Leila Pereira também não quiseram se pronunciar sobre o assunto.
Alcyr ainda disse que os preços foram definidos em uma reunião no dia 15 de outubro na presença das duas chapas. A oposição confirma que esteve na reunião, mas diz que contestou os valores apresentados e pediu explicações antes de o processo eleitoral começar, mas não foi ouvida.
Os opositores também alegam que não têm acesso à ata dessa reunião e que não podem ver os documentos que comprovariam que a chapa da situação está pagando pela montagem do stand e também pelo aluguel do restaurante, que custa R$ 10 mil, e do ginásio, que custa R$ 100 mil e vai receber um show do Jota Quest.
Alcyr diz que o COF (Conselho de Orientação e Fiscalização) tem acesso a todos os documentos. Um cofista disse que esses recibos serão enviados ao órgão, mas que ainda não foram analisados, uma vez que é praxe que o mês corrente tenha as suas contas aprovadas em reunião marcada 60 ou 90 dias depois de acabar. Outro cofista disse que não há nenhum tipo de documento sendo enviado aos membros do grupo.
Por fim, a oposição também afirma que Leila Pereira usa para a sua campanha a força de trabalho de funcionários que recebem do Palmeiras para outros tipos de serviço e que tudo o que envolve campanha deveria ser pago por fora pela candidata e comprovado nos canais oficiais do clube.
Como já mostrou a coluna, os opositores já fizeram uma notificação extrajudicial para reclamar do chamado “uso da máquina” por Leila Pereira, mas não receberam resposta. Apoiadores da atual presidente dizem que os atos são de desespero pela derrota iminente na eleição.
Reportagem
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