Ter um pedido de auxílio-doença indeferido pelo INSS pode ser frustrante, mas é importante saber que esse não é o fim da linha. Existem alternativas e ações que você pode tomar para tentar reverter essa situação. Neste artigo, vamos explorar as principais razões pelas quais o benefício é negado, o que fazer após o indeferimento, e quais são as opções disponíveis para recorrer da decisão.
Motivos comuns para o indeferimento do auxílio-doença
O indeferimento do auxílio-doença ocorre quando o INSS conclui que o trabalhador não atende aos requisitos necessários para o benefício. Esses motivos podem variar, mas os mais comuns incluem:
- Falta de incapacidade laboral comprovada: Se a perícia médica do INSS avaliar que o segurado não está incapacitado para o trabalho, o pedido será negado. Mesmo que o segurado se sinta incapaz de trabalhar, a avaliação da perícia é determinante.
- Problemas com a documentação médica: Atestados ou laudos que não seguem as normas exigidas pelo INSS, como ausência de assinatura ou carimbo do médico, ou divergências entre os documentos apresentados, podem levar à recusa do pedido.
- Contribuições abaixo do mínimo necessário: Para ter direito ao auxílio-doença, o trabalhador precisa estar em dia com suas contribuições previdenciárias. Se essas contribuições estiverem abaixo do salário mínimo, o INSS pode indeferir o benefício.
- Falta de qualidade de segurado: A qualidade de segurado é um requisito básico para receber qualquer benefício do INSS. Se o trabalhador não mantém as contribuições regulares ou perde a condição de segurado, o auxílio-doença pode ser negado.
- Falta de carência: Em geral, é necessário ter, no mínimo, 12 meses de contribuições para ter direito ao auxílio-doença, exceto em casos de acidente de trabalho ou doenças graves.
O que fazer em caso de indeferimento?
Se o seu pedido de auxílio-doença foi indeferido, existem algumas opções que você pode considerar para recorrer e tentar reverter a decisão:
- Recurso administrativo: Uma das opções mais comuns é recorrer administrativamente dentro do próprio INSS. O prazo para fazer isso é de 30 dias após a negativa. Nesse caso, é importante reunir novos documentos, laudos ou exames que comprovem a incapacidade para o trabalho.
- Pedido de reconsideração: Se você acredita que houve algum erro na perícia médica, pode solicitar uma nova avaliação, conhecida como pedido de reconsideração. O ideal é apresentar novos exames ou relatórios médicos que reforcem a comprovação da incapacidade.
- Ação judicial: Caso o recurso administrativo não surta efeito, outra alternativa é ingressar com uma ação judicial. Esse caminho pode ser mais demorado, mas a vantagem é que o juiz nomeia um perito independente para reavaliar o caso. Além disso, há a possibilidade de solicitar uma tutela antecipada, que, em casos urgentes, pode garantir o pagamento do benefício durante o processo judicial.
- Fazer um novo pedido: Em alguns casos, se houve melhora na documentação ou novas evidências de incapacidade, pode ser mais eficaz iniciar um novo pedido no INSS, em vez de recorrer da decisão anterior.
Como iniciar o processo de recurso no INSS?
Para recorrer da decisão de indeferimento, é necessário seguir alguns passos dentro do próprio sistema do INSS. Veja o procedimento básico:
- Entenda o motivo do indeferimento: Primeiramente, acesse o portal ou aplicativo “Meu INSS” para verificar o motivo pelo qual o benefício foi negado. Essa informação é essencial para saber como proceder.
- Reúna novos documentos: Caso tenha condições de apresentar novos exames ou atestados que reforcem sua condição de incapacidade laboral, adicione-os ao recurso. Não é necessário reapresentar documentos que já foram entregues na primeira solicitação.
- Solicite o recurso: No próprio portal do “Meu INSS”, você encontrará a opção de recurso. Selecione essa opção e siga as instruções para enviar seu pedido de revisão. Esse processo é feito de forma online, mas pode ser acompanhado por um advogado especialista em direito previdenciário.
Prazo para entrar com recurso
O segurado tem um prazo de 30 dias para solicitar o recurso no INSS após o indeferimento do auxílio-doença. Esse recurso é analisado internamente pela própria instituição, o que pode levar alguns meses. Caso o recurso seja aceito, o benefício será concedido retroativamente à data do pedido original.
A importância da ação judicial
Quando o recurso administrativo não resulta na concessão do benefício, o próximo passo pode ser a via judicial. Muitas vezes, a Justiça oferece uma maior chance de sucesso, já que a avaliação médica será feita por um perito judicial, que não tem vínculo com o INSS. No entanto, o processo pode ser mais longo, dependendo da complexidade do caso e do volume de trabalho do Judiciário.
Em algumas situações, o juiz pode conceder uma tutela antecipada, que permite ao segurado receber o benefício enquanto o processo ainda está em andamento. Isso é especialmente útil para aqueles que dependem urgentemente do auxílio.
Dicas para aumentar as chances de sucesso no recurso
- Documentação completa: Certifique-se de que os documentos médicos estão em conformidade com as exigências do INSS. Atestados precisam ser assinados e carimbados, com o número de registro do médico no Conselho Regional de Medicina (CRM).
- Acompanhamento jurídico: Embora não seja obrigatório, contar com o apoio de um advogado especializado pode aumentar suas chances de sucesso. Um profissional pode ajudar a identificar erros no processo de indeferimento e a preparar um recurso ou ação judicial de maneira mais eficaz.
- Novos exames e laudos: Se possível, apresente novos exames que reforcem sua incapacidade laboral. Quanto mais provas de sua condição, maiores as chances de obter o benefício.
Recorrer de um auxílio-doença indeferido é um direito do segurado, e existem caminhos tanto administrativos quanto judiciais para garantir esse benefício. Seja por meio de recurso no INSS ou ação judicial, é importante agir rapidamente para não perder os prazos estabelecidos. Se necessário, consulte um advogado especializado para orientações mais detalhadas sobre seu caso.