João Jorge Rodrigues avaliou impacto da vitória de Trump nas áreas cultural e ambiental
João Jorge deu entrevista exclusiva ao Portal A TARDE nesta quarta, 6 – Foto: Raphael Muller | Ag. A TARDE
O presidente da Fundação Palmares, João Jorge Rodrigues, fez uma avaliação bem negativa, nesta quarta-feira, 6, da vitória do direitista Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos da América. Para o advogado baiano, o impacto do resultado na disputa norte-americana será sentido em todo o mundo.
Presente no Grupo de Trabalho (GT) da Cultura no G20 (cúpula dos 20 países mais ricos do mundo), realizado no Centro de Convenções de Salvaor, João Jorge lembrou de declarações polêmicas recentes de Trump, tanto em relação às mulheres quanto sobre as guerras que estão em curso no mundo, como a da Ucrânia e a da Faixa de Gaza.
“O resultado da eleição nos Estados Unidos prejudica o mundo globalmente. Porque, quando alguém é eleito dizendo que é contra as mulheres, que quer mais guerra e que quer o isolacionismo dos Estados Unidos em relação ao resto do mundo, os prejuízos são grandes”, analisou Rodrigues, em entrevista exclusiva ao Portal A TARDE.
“No caso do planeta, alguém que diz que não participa das discussões ambientais e que vai continuar extraindo petróleo ad infinitum, as consequências a gente vai ver no curto prazo, através das mudanças climáticas”, acrescentou João Jorge.
Ex-presidente do bloco afro Olodum, o atual comandante da Fundação Palmares também previu um impacto que deve ser sentido nas políticas públicas voltadas para a população negra dos Estados Unidos. Segundo Rodrigues, a tendência é que Trump desmonte toda a estrutura montada para servir de política afirmativa aos afro-americanos, especialmente através de cortes orçamentários.
“Na área da cultura afro-americana e afro-brasileira, vai levar um tempo, talvez dois anos, para sentirmos os primeiros impactos. Porque as políticas públicas afro-americanas são políticas de estado. Então vão continuar por um tempo, mas depois deve começar a restringir orçamento”, lamentou João Jorge.