Saúde mental: mais de 80% das mulheres em tratamento recorrente entre 18 e 39 anos usa medicamentos psiquiátricos
Organizada para jogar luz na discussão sobre os impactos na vida das pessoas, pesquisa da Far.me revela que 84% das mulheres entre 18 e 39 anos, que utilizam medicamentos de forma recorrente, fazem uso de remédios psiquiátricos. O levantamento, que analisou tratamentos entre janeiro e setembro de 2024, aponta o consumo de antidepressivos e antipsicóticos nesta faixa etária, onde a quetiapina (15%), venlafaxina (14%) e escitalopram (12%), utilizados para o tratamento de depressão, ansiedade e transtornos de humor, se destacam como os mais utilizados.
O estudo, produzido pela farmácia on-line por assinatura que usa tecnologia para facilitar a adesão ao tratamento para quem faz uso contínuo de remédios, e que analisou oito mil tratamentos entre janeiro e setembro de 2024 em diferentes faixas etárias, aponta que o uso de medicamentos psiquiátricos é relevante em todas as faixas etárias, atingindo 44% entre as mulheres de 40 a 69 anos. Neste recorte, a quetiapina (18%), a sertralina (13%) e o escitalopram (13%) são os medicamentos mais comuns.
Já entre as mulheres acima dos 70 anos, o percentual de uso de medicamentos psiquiátricos é de 35%, sendo a quetiapina (19%) e a memantina (8%), que trata o Alzheimer, os principais medicamentos psiquiátricos usados nessa fase da vida. O percentual geral, no entanto, é considerando reflexo de um aumento no uso de medicamentos para outras condições de saúde nesta faixa etária, como a rosuvastatina e a losartana, usados respectivamente para redução dos níveis de colesterol e hipertensão arterial, conforme analisado em estudo anterior da Far.me. Este dado aponta para uma tendência em que, com o avanço da idade, as mulheres tendem a consumir uma variedade maior de medicamentos, o que dilui a proporção de remédios voltados para transtornos mentais.
“Os resultados revelam que o uso de medicamentos psiquiátricos é alto no público feminino Este cenário sublinha a importância de um olhar mais atento à saúde mental em todas as idades, o que demanda acompanhamento de psicólogos e médicos como o próprio apoio familiar”, afirma Rafael Mandelbaum, CEO da Far.me.
Os dados reforçam a necessidade de atenção contínua à saúde mental das mulheres ao longo da vida e apontam para o desafio de oferecer tratamentos que acompanhem o envelhecimento de forma integrada, considerando tanto os transtornos mentais quanto outras condições de saúde que se tornam mais prevalentes com o passar dos anos.