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Torcida brasileira tem um ótimo programa no Mundial 2025 da F1

Bortoleto foi confirmado para o próximo mundial; nova geração de pilotos chega à F1 com a faca nos dentes e enorme potencial

O Brasil terá o 32º piloto a competir na F1
Articulista afirma que agora cabe à torcida empurrar Gabriel Bortoleto para honrar a tradição brasileira na F1

Dois pilotos disputam a última vaga no grid para a temporada de 2025. São justamente aqueles que tiveram o privilégio de já competir na categoria máxima do automobilismo na segunda metade da atual temporada: Lian Lawson, 22 anos, neozelandês que já está sentado no 2º carro da equipe Red Bull e Franco Colapinto, 21 anos, argentino, responsável pelo 2º carro da equipe Williams. 

Os 2 estão fazendo um enorme sucesso no ambiente da F1. Lawson pela fome com que disputa posições em confronto contra os veteranos. Colapinto pelo carisma pessoal e pela simpatia. Ambos têm marcado pontos regularmente no campeonato mundial, além de serem muito bem avaliados pelos colegas. 

Colapinto torce por um milagre. Ele espera a abertura de uma vaga que hoje estaria formalmente fechada. A Williams já contratou Carlos Sainz, hoje na Ferrari, para a próxima temporada.

A opção dos sonhos do argentino pode aparecer caso a Red Bull confirme a especulada demissão do mexicano Sergio Perez no final deste ano. “Checo” tem um contrato válido com a equipe até o final de 2025. Porém, ele está vulnerável em uma cláusula de desempenho. 

A Red Bull teria um caminho legal para deixá-lo a pé na próxima temporada, já que seu desempenho na segunda metade do campeonato tem sido medíocre. A troca de pilotos no 2º carro da Red Bull só não foi realizada até agora graças à fama e ao dinheiro de Carlos Slim, o bilionário mexicano dono da America Móvil, Telcel e ISP Telmex. 

Slim tem uma fortuna equivalente a 6% do PIB do México. As empresas que Slim controla são responsáveis por 40% das ações listadas na Bolsa de valores mexicana. Além de ser amigo da família Perez, Slim sempre “patrocinou” o piloto.

A Red Bull pode conseguir um carro para Colapinto e aproveitar a imensa popularidade do jovem argentino. As apostas da mídia inglesa seguem nessa direção. Só que antes disso a equipe precisará aparar as arestas contratuais com Slim e comprar o passe do piloto da Williams. 

Como faltam 3 provas para o final do campeonato, 3 oportunidades para Perez mostrar que merece seguir na Red Bull. É bem possível que a definição siga o ritmo de uma “novela mexicana” e só aconteça no final do campeonato.

Os brasileiros, porém, estão tranquilos. Habemus um piloto na F1. Gabriel Bortoleto, 20 anos, foi confirmado como 2º piloto da equipe Sauber para 2025. Tem um contrato plurianual e deve seguir quando a Sauber se transformar em Audi, o que vai acontecer em 2026. 

A chegada de Bortoleto como piloto titular na F1 começou a ser gestada depois da vitória do brasileiro na F2 em Monza, quando largou do último lugar no grid para receber a bandeirada em 1º. Já era uma pedra cantada, e reportada por este articulista neste Poder360 em 13 de setembro. 

Bortoleto foi campeão na F3; lidera o campeonato da F2, onde estão Kimi Antonelli, 18 anos, já contratado pela Mercedes; Ollie Bearman, 19 anos, confirmado na Haas para 2025. Vem de uma família envolvida com o automobilismo há muitos anos. E tem todas as condições para se destacar também na F1. É certamente o nosso melhor candidato, sem nenhum demérito para Felipe Drugovich, piloto reserva da Aston Martin, e campeão na F2 em 2022. 

Outra vantagem de Gabriel em relação a Felipe é o fato do empresário de Bortoleto, o bicampeão mundial Fernando Alonso, ter enorme influência no ambiente da F1.

Gabriel é o 33º brasileiro a chegar na F1 como mostra a lista da Gazeta Esportiva:

  • Gabriel Bortoleto (2025)
  • Pietro Fittipaldi (2020 – por 2 corridas)
  • Felipe Nasr (2015-2016)
  • Lucas di Grassi (2010)
  • Bruno Senna (2010-2012)
  • Nelson Piquet Jr. (2008-2009)
  • Antônio Pizzonia (2003-2005)
  • Cristiano da Matta (2003-2004)
  • Felipe Massa (2002, 2004-2017)
  • Enrique Bernoldi (2001-2002)
  • Luciano Burti (2000-2001)
  • Ricardo Zonta (1999-2005)
  • Tarso Marques (1996-1997, 2001)
  • Ricardo Rosset (1996-1999)
  • Pedro Paulo Diniz (1995-2001)
  • Rubens Barrichello (1993-2011)
  • Christian Fittipaldi (1992-1994)
  • Maurício Gugelmin (1988-1992)
  • Roberto Pupo Moreno (1987-1995)
  • Ayrton Senna (1984-1994) – Campeão em 1988, 1990 e 1991
  • Raul Boesel (1982-1983)
  • Chico Serra (1981-1983)
  • Nelson Piquet (1978-1991) – Campeão em 1981, 1983, 1987
  • Alex Dias Ribeiro (1976-1977)
  • Ingo Hoffmann (1976-1977)
  • Luiz Pereira Bueno (1973)
  • Wilson Fittipaldi Jr (1972-1975)
  • José Carlos Pace (1972-1977)
  • Emerson Fittipaldi (1970-1980) – Campeão em 1972 e 1974
  • Fritz D’Orey (1958-1959)
  • Nano da Silva Ramos (1955-1956)
  • Gino Bianco (1952)
  • Chico Landi (1951-1956)

O que falta esclarecer é quem são os patrocinadores desse movimento. O fato do contrato com a Sauber ter sido “assinado” no final de semana do GP do Brasil, sugere a presença de uma marca brasileira, ou com interesses particulares no Brasil, viabilizando economicamente a operação. 

Outro indicativo da presença de patrocinadores daqui está no fato da Band ter confirmado que continuará com as transmissões ao vivo das corridas do campeonato mundial em 2025 conforme determinado em seu contrato com a Liberty Media, empresa proprietária da F1. 

Até a corrida de Interlagos, estavam claros a inadimplência temporária da Band junto à Liberty e o interesse da TV Globo em reassumir a F1 já em 2025. Como o principal combustível sempre foi o dinheiro, é impossível conceber estes 2 movimentos –a contratação de Bortoleto e a confirmação da Band em 2025– sem um patrocínio importante.

Com a contratação de Bortoleto, a F1 confirma uma “troca da guarda” com a chegada de 6 “jovens lobos”, pilotos dominantes nas categorias de base, Bortoleto, Bearman, Colapinto, Antonelli, Lawson e Jack Dohan, 21 anos, que vai guiar um carro da Alpine. 

É interessante notarmos como foi rápida e ampla a renovação do grid. Só não tivemos mais jovens porque o 2º piloto da Aston Martin, Lance Stroll, é filho do dono da equipe. O desempenho de Lance segue abaixo do que se espera de um piloto que disputa o mundial da F1, mas o sobrenome Stroll garante a sua sobrevivência na categoria.

A torcida da F1 tende a ser a maior beneficiada com a chegada dos garotos. A molecada garante as surpresas e os erros que turbinam a diversão do público. Gabriel Bortoleto tem a caneta e a capacidade para escrever, com novas conquistas, o novo capítulo da história brasileira na F1 e nosso dever é apoiá-lo, torcer por ele e garantir que a pressão por resultados não prejudique o seu aprendizado na categoria máxima do automobilismo.

Bora Bortoleto, vamos para cima do mundial 2025.

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