Uma noite fria em São Paulo e um estádio repleto de torcedores do Palmeiras. A noite perfeita de Libertadores da América para os paulistas, no entanto, tinha o Grêmio no meio do caminho. Em 27 de agosto de 2019, o então poderoso time tricolor de Renato e Everton Cebolinha calou o Pacaembu e deixou, mais uma vez, a implacável marca de um time copero.
A vitória de virada sobre o time paulista foi mais um capítulo lindo da história tricolor. Mas o tempo passou e foi duro para o Grêmio. Muito duro. Hoje voltaremos a São Paulo e precisamos usar o atual quadro para discutir e aprender.
A noite desta sexta-feira (8) no Alliance Arena tem outra realidade. O Grêmio chega como um azarão. Um empate é visto como goleada diante de um Palmeiras muito melhor e mais organizado. A tabela do Campeonato Brasileiro é apenas um ingrediente triste nesta realidade. Enquanto o time paulista ainda sonha no tricampeonato, o tricolor busca somar pontos para não cair para a segunda divisão.
A reflexão é obrigatória. Se quisermos ser detalhistas, talvez o jogo citado de 2019 tenha sido o último suspiro de um time que já vinha mostrando dificuldades. Depois daquela festa em casas paulistas viria o vexame para o Flamengo, um ano difícil em 2020, o rebaixamento de 2021 e problemas crônicos que são apresentados todos os dias aos torcedores gremistas. Já no Palmeiras, a realidade foi outra. Na força da organização, o time paulista ganhou muitos títulos, incluindo duas Libertadores e dois campeonatos nacionais.
A noite de hoje, por tudo, precisa ser vista com o olhar no presente, pela necessidade dos pontos, mas também com um forte olhar no passado. Entender o que aconteceu nos últimos anos é uma obrigação para todos os gremistas. O Grêmio precisa nomear culpados e mudar o rumo das coisas. Às vezes, o simbolismo é uma forma simples de ensinamento. O futuro pode começar a ser escrito de uma forma mais clara se entendermos que, de 2019 para cá, escolhemos muitos caminhos errados. A noite de hoje talvez tenha essa missão.