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Vitória de Trump pode influenciar política e economia baiana; entenda

Uma das áreas que pode sofrer mudanças significativas com a volta de Trump é a da economia verde

Economia verde não deve ser prioridade no governo de Donald Trump. – Foto: CHANDAN KHANNA / AFP

O retorno de Donald Trump à Casa Branca pode trazer impactos na economia e na política do Brasil e da Bahia. O republicano venceu a democracia Kamala Harris e foi eleito presidente dos EUA mais uma vez.

Uma das áreas que pode sofrer mudanças significativas com a volta de Trump é a da economia verde. A expectativa é que o incentivo ao uso de energias limpas seja deixado de lado e que nos próximos anos o aumento da produção de petróleo e gás seja a nova ordem.

Neste contexto, o Brasil pode ter que se reposicionar no cenário global, já que é um dos países mais interessados na demanda de sustentabilidade.

“Podemos analisar por uma perspectiva de que o governo estadunidense vai deixar um vácuo para alguns países ocuparem. Isso aconteceu com a China que preencheu o espaço na discussão verde dentro da Organização Mundial do Comércio, da ONU, porque os Estados Unidos é um país que não tem acordos tratados. Não é uma coisa só de Trump”, avaliou cientista político, Henrique Oliveira.

Segundo o analista, o cenário pode trazer desafios para a Bahia. “O Brasil também vem ocupando este espaço, pela sua vocação de ser um dos países com matriz energética mais sustentável. A Bahia também ocupa este espaço, já que tem características de um bioma diverso”, disse o especialista.

Henrique Oliveira também alerta para a possibilidade de uma redução no consumo de produtos sustentáveis no mercado dos EUA, já que o incentivo não deve ser prioridade no governo Trump.

“Limita porque é o maior mercado consumidor do mundo, que vai estar mais restrito a esse tipo de mercado, o de economia vinculada com essa questão verde. Por um outro lado vai aproximar o Brasil nas relações com a China, com a Europa, inclusive o pacto Mercosul e União Europeia dependeria disso. Mesmo assim é algo delicado e complexo, porque a Europa também está passando por mudanças internas”, afirmou.

Política

Em relação à influência política da vitória de Donald Trump, Henrique Oliveira é cético. Ele não acredita que o triunfo de Trump nas urnas possa influenciar de forma direta nas eleições do Brasil em 2026.

“Os EUA é sempre um exemplo importante para o eleitor médio brasileiro. É muito comum que as pessoas acharem que o Brasil é influenciado ou que sofre interferência com os países. Para quem conhece a história da política externa brasileira vai saber que isso não acontece. Durante o império, Brasil enfrentou a Inglaterra no processo de abolição da escravidão. Na ditadura, os militares enfrentaram o processo de abertura comercial que era imposta pelos Estados Unidos. A posição de Alexandre de Moraes em relação a Elon Musk, é um exemplo disso”, citou o especialista.

“Em 2026 pode vir uma direita com Tarcísio de Freitas ou com o próprio Ronaldo Caiado. O Brasil não é um país que o pessoal acha que o gringo manda aqui de qualquer jeito, é muito pelo contrário. O que a literatura da história política conta é o contrário disso”, analisou.

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