Economy & Finance

Morning Call: Atraso no anúncio do pacote fiscal traz instabilidade para a Bolsa e o dólar

Veja a previsão do mercado nesta sexta-feira

Imagem: Divulgação
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Bolsa de Valores brasileira (B3) encerrou o pregão desta quinta-feira (7) em queda de 0,51%, aos 129.681,70 pontos, refletindo a falta de informações sobre o pacote fiscal, uma vez que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad mencionou a possibilidade de que a decisão sobre o corte de gastos públicos fosse divulgada ainda ontem.

A reunião de quinta-feira entre o presidente Lula e os ministros para decidir sobre o assunto foi inconclusiva e deve ser retomada hoje, às 14h. Com expectativas do mercado de que o pacote fiscal possa ser anunciado a qualquer momento, o câmbio e o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, buscam estabilidade nesta manhã de sexta-feira.

Às 9h28 (horário de Brasília) o Ibovespa apresenta queda de 0,5%, abaixo dos 130 mil pontos, enquanto o dólar sobe 0,92%, a R$ 5,74.

O mercado internacional reflete a preocupação com os primeiros impactos na economia após a vitória de Trump nas eleições dos Estados Unidos. No entanto, outro fator que tem a atenção dos investidores neste momento é a expectativa de que a China anuncie novos estímulos à economia local, estimados em até US$ 1,4 trilhões.

No Brasil, mais uma semana terminando, e nem sinal do pacote fiscal que foi prometido para após as eleições municipais. O governo manifestou que deveria submeter a decisão sobre o corte de gastos primeiramente ao Congresso, para depois divulgar ao mercado.

Manchetes desta manhã

  • Fed reduz juro pela 2ª reunião seguida; com Trump, mercado vê espaço menor para cortes (Valor)
  • ONGs que receberam R$ 515 mi em emendas entram na mira da CGU (Folha)
  • Trump anuncia chefe de gabinete e inicia transição de governo (Folha)
  • Governo Lula avalia novo tipo de leilão de energia (Folha)
  • BC dos EUA reduz juros em 0,25 ponto percentual (Folha)
  • Justiça do Trabalho gera custo bilionário a empresas, diz estudo (Estadão)
  • TJ-PR paga a juízes R$ 24,4 milhões em benefícios antes de eleição na Corte (Estadão)
  • Lucro cresce 22%, e Petrobras vai distribuir R$ 17 bi em dividendos (O Globo)
  • Défict do governo passa de R$ 100 bilhões até setembro e é o maior em quatro anos (O Globo)
  • Governo retoma hoje debate sobre redução de gastos (Valor)
  • China anuncia pacote de US$ 1,4 trilhão em cinco anos para lidar com a dívida oculta dos governos locais (CNBC)

Mercado global

As bolsas da Europa operam em queda em semana marcada por volatilidade, refletindo turbulência política, decisões de BCs e lucros corporativos. Na Alemanha, dias marcados por instabilidade política, com potencial para uma eleição antecipada.
Na semana, o índice DAX teve o melhor desempenho, ganhando cerca de 0,6%, enquanto o CAC-40 sobe 0,2% e o FTSE 100 cai 0,5%.

Na Ásia, o mercado financeiro encerrou o último pregão da semana de forma mista, com investidores de olho em um possível anúncio de novos estímulos para a economia diante da possibilidade de imposição de tarifas nas exportações do país pelo novo governo dos EUA. No Japão, as bolsas terminaram no positivo, seguindo NY, em alta após corte de juros pelo Federal Reserve (Fed).

Em Nova York, o S&P 500 futuro opera estável, o Stoxx Europe cai 0,7%, o Nikkei subiu 0,3% e o Shanghai recua 0,5%.

Confira os principais índices do mercado:

• S&P 500 Futuro estável
• STOXX 600 -0,7%
• FTSE 100 -0,7%
• Nikkei 225 +0,3%
• Shanghai SE Comp. -0,5%
• MSCI EM -0,2%
• Dollar Index +0,1%
• Yield 10 anos -2,9bps a 4,2965%
• Petróleo WTI -1,8% a US$ 71,07 barril
• Futuro do minério em Singapura -3% a US$ 102,35
• Bitcoin +0,1% a US$ 76032,5

Commodities

  • Petróleo: em queda em meio ao enfraquecimento do furacão no Golfo do México, importações chinesas e aumento de estoques. O brent/jan cai 1,53%, a US$ 74,47; o WTI/dez, -1,82%, a US$ 71,04 -1,82%. Na semana, o Brent deve ganhar 3,1% e WTI, +4,1%
  • Minério de ferro: registra queda de 1,65% em Dalian na China, cotado a US$ 108,40/ton. Em Singapura, os contratos futuros estão em queda de 2,87% a US$ 102,50/ton e o mercado à vista está em queda de 2,18%, cotado a US$ 103,20/ton.

Cenário internacional

Nos EUA, tensão no Federal Reserve (Fed) — Após o corte de juros anunciado ontem, o Fed anunciou que os riscos para as metas seguem perto do equilíbrio. O presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou que decisões serão feitas reunião a reunião e que não renunciaria se Trump pedisse.

A agenda do dia traz índice de sentimento do consumidor da Universidade de Michigan de novembro, às 12h, com destaque para as falas de membros do Fed, como Michelle Bowman e Alberto Musalem, a partir das 13h.

Para a próxima semana também haverá discurso dos dirigentes do Fed em eventos, inclusive de Jerome Powell na quinta-feira (14). Entre os indicadores econômicos, para quarta-feira (13), estão previstos os dados de inflação ao consumidor dos EUA (CPI) de outubro. Na sexta-feira (15), tem vendas no varejo e produção industrial.

Na Europa, serão divulgados o PIB do Reino Unido e da zona do euro. Na China, expectativa para a divulgação dos dados de produção industrial e vendas no varejo de outubro.

Cenário nacional

No Brasil, a agenda destaca a divulgação do IPCA de outubro pelo IBGE às 9h, que subiu 0,56% em outubro, acelerando frente ao avanço de 0,44% registrado em setembro. A projeção do BTG Pactual era de alta 0,58% na comparação mensal e de 4,78% na anual.

A próxima semana traz eventos relevantes, como a ata do Copom e vendas no varejo de setembro na terça-feira (12), volume de serviços de setembro na terça-feira (13) e IBC-Br de setembro na quinta-feira (14).

No mercado financeiro, ontem o dólar ficou estável, a R$ 5,67, e o Ibovespa recuou 0,51%, aos 129.682 pontos, na expectativa do anúncio do pacote de corte de gastos.

Destaques no mercado corporativo

  • Embraer: reportou lucro líquido ajustado de R$ 1,2 bilhão no terceiro trimestre, bem acima dos R$ 167,1 milhões registrados um ano antes.
  • Petrobras: teve R$ 32,5 bilhões no terceiro trimestre, representando uma alta de 22,3%, e anunciou o pagamento de R$ 17,1 bilhões em dividendos (R$ 1,33 por ação).
  • Natura: reverteu o lucro para prejuízo de R$ 6,69 bilhões no terceiro trimestre, justificado pelo efeito não-caixa da recuperação judicial da Avon Products.
  • Magazine Luiza: voltou a registrar lucro, de R$ 102,4 milhões, no terceiro trimestre.
  • Assaí: reportou um lucro de R$ 156 milhões no terceiro trimestre, com queda de 16% na comparação anual.
  • Méliuz: anunciou Gabriel Loures como novo CEO, em substituição a Israel Salmen.
  • Minerva: anunciou emissão de R$ 2 bilhões em CRAs.
  • Grupo Pão de Açúcar (GPA): anunciou emissão de R$ 1,4 bilhão em debêntures.

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