As autoridades argentinas não acreditam que Liam Payne tenha tirado a própria vida. Em um comunicado à imprensa nesta quinta-feira (7), os investigadores apontaram que o cantor não teria cometido suicídio. A notícia veio após um novo relatório toxicológico, que informou que o ex-One Direction estava inconsciente no momento da queda.
Payne veio a óbito em 16 de outubro após cair do terceiro andar do hotel CasaSur, em Buenos Aires, Argentina. “Embora ainda devam ser analisados outros antecedentes médicos da vítima, o fenômeno da falta de defesa ou reflexo de conservação na queda, juntamente com outros dados relevantes para o seu consumo, permite-nos concluir que Liam Payne não estava totalmente consciente ou estava passando por um estado de acentuada diminuição ou abolição da consciência no momento da queda”, disse a nota.
Sendo assim, os promotores do caso salientaram que Liam teria condições de decidir sobre a própria vida. “Para o Ministério Público, esta situação também afastaria a possibilidade de um ato consciente ou voluntário por parte da vítima, uma vez que, no estado em que se encontrava, não sabia o que estava fazendo e nem conseguia entender”, declarou.
Conforme a necrópsia realizada, a causa da morte do músico foi devido a múltiplos traumas e hemorragias internas e externas, sem sinais de defesa ou tentativa de proteção na queda, apontando para uma possível inconsciência ou estado alterado. Ainda ontem, a Promotoria Nacional Criminal e Correcional liberou um relatório listando as novas substâncias encontradas no organismo de Payne.
O documento apontou que o artista tinha vestígios de cocaína, álcool e um antidepressivo prescrito em seu corpo. O exame toxicológico, que incluiu análises de urina, sangue e vítreo, indicou um quadro alarmante de consumo prévio que pode ter influenciado seu estado mental e físico no momento do acidente.
Prisões
Em meio à apuração do caso, a polícia local prendeu três suspeitos, acusando-os de “crimes de abandono de pessoa seguido de morte, fornecimento e facilitação de narcóticos”. Todos estão sendo investigados e as penas podem chegar até 15 anos, segundo o Ministério Público.
“O primeiro dos acusados é a pessoa que acompanhou o artista diariamente durante sua estadia na cidade de Buenos Aires, a quem é imputado o crime de abandono de pessoa seguido de morte — previsto no artigo 106 do Código Penal e que prevê pena de prisão de 5 a 15 anos —, como autor, em concorrência ideal com o fornecimento e facilitação de entorpecentes (art. 5 inc. e) da Lei 23.737 de Entorpecentes”, explicou o comunicado.
“O segundo réu é um funcionário do hotel que é acusado de dois fornecimentos comprovados de cocaína para Liam Payne durante o período em que ele estava no hotel, e o terceiro, também um fornecedor de narcóticos, é acusado de dois outros fornecimentos claramente comprovados em dois momentos diferentes em 14 de outubro. Ambos foram acusados do crime de fornecimento de narcóticos, dois atos cada (art. 5 inc. e) da Lei 23.737″, acrescentou o texto.
Investigação continua
Embora as autoridades já tenham obtido evidências visuais, médicas, científicas, documentais, telefônicas e por meio de testemunhas, as investigações “devem continuar”. A apuração ainda está no processo de desbloquear o notebook pessoal – e quebrado – de Liam e outros “dispositivos apreendidos”.
“De acordo com a investigação liderada por Andrea Madrea e sua equipe de promotores, pelo menos quatro fornecimentos de entorpecentes de terceiros e outras facilitações de consumo viciado foram visivelmente, concretamente e convincentemente credenciados por seu ambiente direto, que foram direcionados ao ex-membro do grupo One Direction durante sua estadia no hotel, entre 13 e 16 de outubro passado”, ressaltou a nota.
Análise de aparelhos
O MP recebeu “dezenas de depoimentos” de funcionários do hotel, familiares, amigos e profissionais médicos para esclarecer as circunstâncias que cercam a morte de Liam Payne. Eles também analisaram mais de 800 horas de filmagens de “várias câmeras de segurança”.
Segundo o comunicado, outros trabalhadores do órgão e analistas especializados da Superintendência de Investigações Especiais e da Divisão de Apoio Tecnológico da Polícia Municipal foram “disponibilizados desde o início” pelo subchefe da Polícia Municipal, Jorge Guillermo Azzolina.
Os investigadores averiguaram o conteúdo do telefone de Liam e analisaram suas ligações, mensagens, conversas em aplicativos e redes sociais. O “registro de hóspedes” e os pedidos do bar/restaurante do hotel “também foram examinados para descobrir quem visitou o músico e seus hábitos de bebida e alimentação”.
“Além disso, com a ajuda de pessoal especializado da Superintendência de Combate ao Crime Cibernético da Polícia da Cidade, chefiada pelo Comissário Geral Carlos Gabriel Rojas, vários gigabytes de dados foram obtidos e examinados em um curto período de tempo a partir da extração de dados de outros celulares, como o da recepção do hotel e os de testemunhas que se ofereceram para corroborar suas declarações”, detalhou o MP.
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