Pesquisa também revela que número de pessoas que vão receber o benefício será quase 7% menor em comparação com 2023
O número de belo-horizontinos que receberam ou vão receber o 13º salário neste ano será 6,95% menor no comparativo com 2023. Levantamento da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead), que ouviu 210 pessoas, revelou que 46,08% dos entrevistados afirmaram que terão direito ao benefício neste ano. A pesquisa também aponta que os entrevistados vão usar o valor principalmente para pagar dívidas e contas atrasadas (confira o ranking completo no final da matéria).
Diogo Santos, economista do Ipead, explica que a queda não significa que o número de empregos por carteira assinada tenha caído. Segundo ele, faz mais sentido pensar que a quantidade de trabalhadores que trabalham por conta própria ou no modelo de contratação PJ foi maior – uma vez que o número de empregos têm crescido no país.
“O que caiu foi a proporção. Há mais pessoas trabalhando, mas o mercado é muito heterogêneo. A queda no número quer dizer que a entrada de pessoas que trabalham no regime de carteira assinada foi menor em comparação aos outros grupos. Para se ter uma ideia, no 2º trimestre houve aumento de 7% na geração de emprego sem carteira assinada, em comparação aos 3% de empregos CLT em Minas Gerais”, analisa.
De acordo com dados divulgados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego, em julho o Brasil já havia superado o número de empregos criados em 2023, totalizando 1,492 milhões de empregos. Em maio, Minas Gerais foi o estado que mais gerou postos de trabalho formais no país: 19.430 empregos.
A pesquisa também revelou como as pessoas vão usar o valor do benefício. Em primeiro lugar aparece o pagamento de contas atrasadas e de dívidas – como cartão de crédito, cheque especial e financiamentos. Em seguida aparece a intenção de poupar para “outros fins” e, em terceiro, poupar para pagamento de impostos, como o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), no próximo ano.
Segundo o economista, a intenção de pagar dívidas não significa, necessariamente, que a população está mais inadimplente. No mês de agosto, Minas Gerais registrou queda de quase 14 mil inadimplentes em relação a julho. O “resultado positivo” foi alcançado pelo segundo mês consecutivo.
“O pagamento de dívidas traduz uma cautela da população em relação aos gastos. É claro que há uma parcela de inadimplentes, mas algumas pessoas usam para pagar parcelas de algum produto ou financiamento. Há alguns meses estamos percebendo uma queda na intenção de consumo, o que não quer dizer que o cenário está pior. Isso aponta que o consumidor está priorizando outras coisas”, diz.
Outro exemplo da “cautela do consumidor”, segundo o economista, é a diminuição no número de pessoas que pretendem usar o valor para viajar – lazer tradicional em época de festas de fim de ano e férias. “O número caiu de 16,35% para 7%, o que demonstra um maior cuidado em relação às finanças e uma priorização de outros gastos.”
Confira como o belo-horizontino pretende usar o 13ª salário
- Contas atrasadas e dívidas – 41%
- Outros fins – 17%
- Impostos do próximo ano (IPVA e IPTU) – 8%
- Viajar – 7%
- Entrada ou antecipação de parcelas de financiamento – 6%
- Não sabe – 5%
- Já antecipou e gastou – 4%
- Compra de presentes de Natal – 4%
- Compra de material escolar do próximo ano – 4%
- Investimentos – 2%
- Compras para festas de fim de ano (roupas e alimentos) – 2%
Quando será pago?
A primeira parcela da gratificação, prevista por lei, deverá ser paga até o dia 30 de novembro. Caso os patrões não adiantem o benefício, é necessário realizar o pagamento integral até dia 20 de dezembro, data estipulada para a segunda parte do rendimento adicional.