À medida que o mercado de criptomoedas cresce, muitas pessoas podem se perguntar como comprar bitcoin sem corretora. Embora as exchanges sejam muito utilizadas, existem sim outras alternativas para aqueles que preferem comprar o ativo por conta própria. Mas é importante entender, logo de cara, que investir em bitcoin sem corretora é uma manobra arriscada.

Como comprar bitcoin sem corretora?

Fabio Louzada, economista e fundador da Eu Me Banco, explica que uma das formas mais comuns de comprar bitcoin sem o uso de corretoras tradicionais é por meio de plataformas de negociação peer-to-peer (P2P).

“Essas plataformas funcionam como um mercado online, conectando compradores e vendedores diretamente, sem intermediários,” diz ele. Esse modelo permite que os usuários negociem criptomoedas diretamente com outras pessoas, garantindo uma experiência de compra que é, em teoria, mais flexível e descentralizada.

Os riscos associados

Apesar da praticidade, comprar bitcoin fora das corretoras traz riscos importantes, segundo Louzada. “Um dos principais riscos é a falta de regulamentação e proteção ao consumidor. Isso porque essas transações ocorrem diretamente entre as partes, sem intermediários que possam garantir a segurança da operação”, explica.

Isso significa que, se o comprador tiver problemas com a transação, como golpes ou fraudes, ele não terá a quem recorrer. Além disso, a ausência de uma verificação rigorosa de identidade nas plataformas P2P pode facilitar transações com pessoas mal-intencionadas, aumentando a vulnerabilidade do usuário.

Outro ponto que Louzada destaca é a responsabilidade em relação à chave privada da carteira digital. “Se você perde a chave privada, não há uma empresa central para ajudar na recuperação, e o acesso aos fundos pode ser perdido para sempre.” Ele ressalta também que, comparadas às corretoras tradicionais, essas plataformas geralmente têm menor liquidez, o que pode dificultar a venda dos ativos em alguns casos.

Vale a pena investir em bitcoin sem corretora?

Investir em bitcoin sem uma corretora envolve mais do que apenas a compra: é preciso fazer a própria gestão dos ativos, o que traz vantagens e desvantagens. Louzada aponta que uma das principais vantagens é o controle total sobre as chaves privadas e os fundos. “Você não depende de terceiros para acessar ou movimentar seus ativos,” afirma ele, destacando que esse controle traz um senso de propriedade mais forte e pode ser um diferencial para quem valoriza a independência.

Por outro lado, a autogestão exige um nível elevado de responsabilidade e conhecimento técnico. “Se você perde o acesso às suas chaves, não há como recuperar os fundos,” alerta Louzada, enfatizando a importância de manter backups e garantir a segurança das carteiras. Ele também menciona que a experiência pode ser menos conveniente e menos rápida em comparação com as exchanges centralizadas, além de não oferecer suporte ao cliente para dúvidas ou problemas.

Além disso, ao optar pela autogestão, o investidor perde o acesso a certas ferramentas e facilidades, como compra recorrente e cartões de débito cripto, geralmente oferecidos pelas corretoras. “As exchanges centralizadas também costumam oferecer opções de staking e outros recursos que podem ser interessantes para diversificar o uso dos criptoativos,” finaliza Louzada.

Portanto, investir em bitcoin sem corretora pode ser atraente para quem busca controle e privacidade, mas é uma opção que exige um preparo significativo. Ou seja, algo pouco comum entre os investidores amadores.